sábado, 25 de maio de 2013

Mensagem da comissão da APEOC de Pereiro

“Meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como individuo e nenhum venerado”

Nós que fazemos parte da comissão da APEOC comungamos do pensamento do universalmente conhecido pensador Albert Einstein.
E assim deveria pensar cada um de nós que compomos o quadro de professor do município de Pereiro, depois do encontro da tarde de ontem (24/05/2013) na Câmara municipal. Sem muita discórdia, os vereadores votaram a emenda que concedia um aumento de 12% no salário do professor.
A mesma Câmara que há anos mais parecia um campo de batalha, com advogados fazendo o máximo de esforço para defender uma proposta não condizente com os números do FUNDEB, mas que agradava aos interesses do patrão, indiferente aos benefícios de uma boa educação, ontem se manteve pacata e foi dado aumento que atendeu às expectativas da maioria da classe. Como bem falou o nosso orador e presidente da APEOC – Carlos  Sérgio – não foi dado o aumento que merecíamos, mas tivemos o que estava dentro da nossa previsão orçamentária.
Durante dias, ouvimos nas ruas e lemos nas redes sociais comentários equivocados a nosso respeito. “O sindicato de Pereiro acabou-se”. “Os sindicalistas silenciaram”. “O prefeito comprou todo mundo”. Felizes daqueles que têm o poder de calar sem gritos e comprar sem usar moedas. Talvez seja a arma maior do atual gestor. Amar tem humildade de nos ouvir e admitir que não entende muito de educação, mas reconhece o seu valor para o construção de um sociedade mais justa. Das propostas que levamos foi discutido apenas se tinha ou não fundamentação legal. Nenhuma foi rejeitada porque o prefeito pensou em ter o poder questionado, aceitando as nossa ideias. Não precisamos ser gênios para defender uma educação de melhor qualidade, mas precisamos ser bastante espertos para não cairmos no jogo sujo da política partidária. Se algum professor ainda vai para um encontro como esse da tarde de ontem destilando ódio contra seu colega de trabalho é porque não amadureceu o suficiente para se reconhecer como educador. Nós não devemos favores a político nenhum. Estudamos para garantir o nosso espaço no mercado de trabalho e conhecemos a realidade da nossa educação mais do qualquer político que se passa por salvador. Investir em um sistema de ensino de melhor qualidade não é mais opção dos políticos, mas uma obrigação urgente. No nosso pensamento não é o professor que tem que ficar entregando cabeça de colega para se promover, mas é o político que deve executar as políticas educacionais, com justiça, para permanecer. Como dissemos ontem não é só por aumento de salário que lutamos, mas também por uma mudança radical na estrutura da nossa educação. Queremos que nenhum aluno da nossa rede de ensino veja na figura de um político demagogo um herói e na figura do professor que luta pelo bem-estar coletivo, um estressado. Enquanto sindicalistas, vamos lutar para manter o nosso grupo coeso e atuante e buscarmos fazer com que todos entendam que somos professores e merecemos ser respeitados independentemente do partido político que escolhamos seguir. Mais uma vez nos reportando à reunião da Câmara louvo o comportamento do grupo que lá esteve e não viu duas facções políticas se digladiando. Uma pomba da paz poderia ter sido solta se não fosse uma colocação infeliz da presidente da Câmara já no finalzinho. Segundo ela, o grupo que vestia a camisa do sindicato não aplaudiu a nobre professora e estudante de direito, Laelma, ao proferir o seu discurso instigante. Alguém já disse que “a boa educação não está tanto no fato de não derramar molho sobre a toalha da mesa, mas em não perceber se outra pessoa o faz”. A nossa atitude, que não foi intencional, não causou o tumulto que a frase da vereadora causou. Nem sempre o nosso respeito ou desrespeito ao outro se manifesta no ato de bater ou não palmas em uma determinada ocasião, mas em muitas outras atitudes que não cabe aqui mencionarmos. Porém, podemos garantir que nós da comissão não temos pensamento distinto daquele que a nossa colega, também sindicalista, manifestou no encontro. Embora, não tenhamos gravado a sua fala, podemos garantir que recordamos muito bem o que ela falou e concordamos na sua quase totalidade. E ainda achamos que todos os vereadores deveriam ser como Laelma – estudarem e discutirem com discernimento não só esses, mas todos os projetos que forem para a câmara com inteligência e imparcialidade. Inteligente como a nossa colega é, temos certeza de que ela vai ter maturidade suficiente para entender que defendemos veementemente o interesse de classe e nunca de partido. E deveras esperamos que o que Laelma falou ontem seja entendido pelo gestor como uma crítica construtiva, e que jamais ela seja penalizada porque usou com hombridade o direito que a democracia nos confere. Na educação, não vamos nunca usar o termo inimigo. Para mudarmos o nosso quadro educacional, para darmos ao professor suporte, para trazer a família para dentro da escola, para cobrar dos políticos responsabilidades, precisamos de parceria. Por enquanto, a bandeira da nossa educação é vermelha para todos – situação e oposição – mas num futuro breve ergueremos uma bandeira verde e nesta devem estar envoltos todos os munícipes. O saldo do investimento na educação será distribuído igualmente entre todos, sem distintivo de partido. Assim, não só Laelma, mas todos os vereadores, prefeito, secretários e demais pessoas que veem na educação uma esperança de melhorar a nossa realidade política, social e econômica, estamos à inteira disposição para o debate. Nossa maior meta é libertar para fazer pensar. Nosso ídolo político pode ser qualquer um que não ponha seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos.

Comissão da APEOC, Pereiro, 25/05/2013.


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